Planalto diz ao TSE que Bolsonaro não assistirá à posse de Fachin como presidente do tribunal

O Palácio do Planalto informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o presidente Jair Bolsonaro não assistirá à posse do ministro Luiz Edson Fachin como novo presidente do tribunal. Na mesma cerimônia, o ministro Alexandre de Moraes tomará posse como vice.

A posse será em formato virtual em razão da pandemia e está marcada para esta terça-feira (22), às 19h. Fachin sucederá Luís Roberto Barroso na presidência do TSE.

Segundo o ofício do Planalto, enviado nesta segunda-feira (21) e assinado por Claudia Teixeira dos Santos Campos, chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete Pessoal do presidente da República, Bolsonaro já tinha “compromissos preestabelecidos”.

“Considerando compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda, o senhor presidente Jair Bolsonaro não poderá participar do referido evento. Assim, agradece a gentileza e envia cumprimentos”, informa o documento.

A agenda oficial de Bolsonaro, publicada pela assessoria do presidente no site oficial do governo, contudo, não previa compromisso no horário até a última atualização desta reportagem.

O convite a Bolsonaro para que ele participasse da cerimônia virtual foi entregue ao presidente pessoalmente por Fachin e Moraes no último dia 7.

O colunista do g1 Valdo Cruz informou que o encontro durou 9 minutos e que Bolsonaro não respondeu se participaria da posse.

Em maio de 2020, quando Barroso tomou posse como presidente do TSE, Bolsonaro participou de forma virtual da cerimônia.

Fachin assume Presidência do TSE, e combate às fake news e desinformação são os principais desafios

Sistema eleitoral

A posse de Fachin acontece em meio à tentativa do presidente Jair Bolsonaro de atacar o sistema eleitoral, numa estratégia de campanha, conforme informou a colunista do g1 Andréia Sadi.

Na semana passada, ao se despedir da presidência do TSE, Luís Roberto Barroso disse que tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro é uma “repetição mambembe” do que fez Donald Trump após ter pedido as eleições nos Estados Unidos, em 2020.

Em seguida, Barroso relembrou ações do TSE contra Bolsonaro em razão de o presidente ter, por exemplo, disseminado fake news sobre as urnas eletrônicas.

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Na mesma cerimônia na semana passada, Fachin se dirigiu a Barroso e reforçou que a Justiça Eleitoral é “sólida, essencial e confiável”:

“Vossa excelência, ministro Barroso, manteve a Justiça Eleitoral precisamente nos trilhos da história, que a elevam a uma instituição sólida, essencial e confiável na democracia e no estado de direito democrático.”

Fachin também tem afirmado que o TSE está preparado para eventuais ameaças de autoritarismo e tentativas de descredibilizar a Justiça Eleitoral.

Podcast

Ouça o episódio do podcast O Assunto sobre “Bolsonaro enquadrado pelo TSE”:

Fonte: Por Márcio Falcão e Vanessa Silvestre, TV Globo e GloboNews — Brasília

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