João e Pedro trocam de acusações sobre orçamento da ALPB, fim dos privilégios, questionamento sobre voto para presidente e outros temas, em debate

Os candidatos ao Governo do Estado, João Azevêdo (PSB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) participaram nesta segunda-feira (17) do primeiro debate do segundo turno das Eleições 2022. O encontro foi organizado pelo Sistema Arapuan de Comunicação, por meio da TV Arapuan

No primeiro bloco, os dois candidatos abriram a rodada de discussão com o tema segurança pública. Pedro Cunha Lima, questionou o governador e candidato à reeleição, João Azevêdo (PSB), sobre o aumento no número de crimes violentos, letais e intencionais no estado.

João Azevêdo rebateu as críticas e disse que a segurança da Paraíba foi eleita a melhor entre os estados das regiões Norte e Nordeste, citando redução no número de ocorrências, como por exemplo, os assaltos a banco. “A segurança da Paraíba avançou bastante, temos uma relação respeitosa com a categoria, acabamos com a bolsa desempenho, e estamos numa situação bem diferente da época em que se empurrava viatura da polícia por falta de gasolina”, destacou.

Na réplica, Pedro disse que desde 2011 o efetivo policial era maior do que o atual. Ele criticou o governador e lembrou que a Bolsa Desempenho não acabou. “Vamos pagar a Bolsa Desempenho logo no primeiro ano”, garantiu.

Recursos Hídricos

Na sequência, João Azevêdo puxou o tema segurança hídrica e destacou investimentos em adutoras e ramais do São Francisco e garantiu que caso Lula seja eleito presidente da República, o ramal da transposição do ramal Piancó será concluído.

Pedro Cunha lamentou a falta de articulação do Governo do Estado para realização obras hídricas e garantiu implantar o projeto gestão das águas para levar água a toda Paraíba.

Por outro lado, João Azevedo afirmou que 90 do trecho do Ramal do Ceará é de competência do Governo Federal, que segundo o governador usou o dinheiro para o orçamento secreto.

Segurança alimentar

Outro tema de destaque no debate foi a segurança alimentar. Pedro Cunha Lima destacou que pretende implantar mais políticas públicas voltadas o setor. Ele acusou a atual gestão de enfrentar a paralisação de programas sociais por suspeitas de fraudes em licitação. “Mas nós vamos mudar essa realidade e levar comida de qualidade a população carente do nosso Estado”, garantiu.

Em resposta, João Azevêdo destacou o Programa “Tá na Mesa” que oferece 1,3 mil refeições diárias, além do cartão alimentação e do programa de aquisição de alimentos que, segundo ele, já adquiriu mais 4,5 mil toneladas de alimentos adquiridas de produtores locais da Paraíba, fomentando assim o crescimento da economia e gerando emprego e renda.

Educação

Na sequência, os candidatos debateram sobre educação. João Azevêdo disse que na sua gestão, a educação avançou muito e conquistou índices que colocaram a Paraíba num patamar de destaque em todo o país. Ele citou, por exemplo, melhorias salariais e pagamento do piso nacional dos professores, a reforma e ampliação de 250 escolas, a construção de 213 creches, construção de 93 ginásios, a implantação de 201 escolas em tempo integral e mais de 100 escolas técnicas.

Em réplica, Pedro ironizou a fala de João Azevêdo e disse existir uma Paraíba oficial e uma real. De acordo com o tucano, 60% do eleitorado paraibano demonstrou querer mudança e citou alguns problemas enfrentados na rede estadual de ensino. “Falta professor em Lagoa, em João Pessoa, por exemplo, o teto de uma escola caiu e em Campina Grande, o esgoto passa ao lado do refeitório”, disse.

Orçamento da ALPB

Outro ponto alto do debate foi a discussão sobre o orçamento da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Pedro questionou porquê o valor do duodécimo do Poder Legislativo é maior do que a verba destinada ao custeio da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que tem mais de 20 mil alunos. “Não vamos desperdiçar recursos”, garantiu.

João Azevêdo destacou investimentos de mais de R$ 1 bilhão na UEPB, além de melhorias nos Campi de Catolé do Rocha e Lagoa Seca, além da parceria com a UEPB para a capacitação de mão de obra em Tecnologia da Informação (TI).

“A Universidade que tanto o candidato defende só conseguiu liberar 230 mil para a instituição. O candidato teve a oportunidade de ajudar, encaminhar recursos, e não o fez, não dá para entender. O discurso é um mais a prática e outra”, disse João Azevêdo.

Fim dos privilégios

Na réplica, Pedro rebateu João Azevêdo afirmando que, na função de deputado federal, abriu mão de uma série de privilégios que o cargo coloca à disposição, a exemplo do Auxílio Moradia, do Auxílio Mudança e da aposentadoria especial de deputado, além da diminuição de R$ 5 milhões de gastos previstos na verba de gabinete e da apresentação da PEC dos Penduricalhos.

“Eu carrego comigo uma postura, uma visão de mundo, uma mentalidade que as pessoas estão exigindo, não estou fazendo nada de outro mundo, estou cumprindo com minha obrigação, porque eu percebo que é fundamental que possamos acabar com essa corrupção das prioridades”, disse.

Na tréplica, João relembrou questionamento a Pedro feito pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), ex-candidato ao Governo do Estado. “Seu novo aliado, no último debate, disse que o Senhor não morou no apartamento funcional, porque morou com seu Pai no apartamento funcional pago pelo Senado, essas coisas precisam ser colocadas com a clareza devidas para que não possamos apresentar um discurso que não bate com a prática”, rebateu.

Voto para presidente

O candidato à reeleição, João Azevêdo, questionou Pedro Cunha Lima sobre o posicionamento dele na disputa para presidente da República.

João lembrou que votará em Lula e provocou Pedro a revelar seu voto também.

Em sua fala, Pedro disse que manterá sua postura de independência por entender que a Paraíba não pode prescindir do apoio do governo federal. “Buscarei o apoio do governo federal, por isso manterei a posição de independência, pois meu foco é a Paraíba”, argumentou.

João Azevêdo criticou a postura do tucano e disse que não se pode ficar em cima do muro e nem esconder as posições. “A relação institucional terá que acontecer”, defendeu.

Redação: pbaqui.com.br

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