O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi alvo de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determina a remoção de postagens de suas redes que associam Jair Bolsonaro a Roberto Jefferson.
Janones dava uma entrevista ao vivo no canal ICL Notícias quando soube do despacho e avisou que deixaria a transmissão. “Acabou de chegar uma intimação aqui para mim, a pedido do Bolsonaro, eu estou impedido de dar qualquer declaração ligando Bolsonaro a Roberto Jefferson”, disse. “Meu advogado está pedindo para eu sair”, explicou.
“Está aqui: ‘a pedido de Bolsonaro, o Twitter está removendo todas as suas publicações que te ligam a Roberto Jefferson’ e pede que eu encerre a transmissão aqui, desculpe”, leu ainda o deputado, repassando a orientação do advogado. A decisão de Moraes não é específica quanto a participação de Janones em entrevistas, faz referência apenas à remoção de postagens nas redes.
“Censura ao vivo. Vocês já viram censura ao vivo?”, indagou o economista Eduardo Moreira, âncora do programa, assim que Janones deixou a transmissão.
“Acabo de ser intimado ao vivo durante uma entrevista. Estou proibido a pedido de Bolsonaro de divulgar qualquer foto dele com Jefferson e de fazer qualquer postagem que ligue ambos, sob pena de multa diária de 100 mil reais . Cumprirei a determinação da justiça”, postou Janones assim que saiu da live.
“Estou preparando um vídeo de despedida das redes. Ao meio dia em ponto eu posto aqui. Obrigado”, disse em outra postagem. Suas redes, porém, continuam ativas. A decisão desta segunda-feira (24) diz respeito às postagens de Bolsonaro e Jefferson – apesar de a campanha de Bolsonaro já ter pedido anteriormente ao TSE a remoção das redes de Janones por completo.
Moraes acatou o pedido da defesa de Bolsonaro, que afirmou que as publicações de Janones eram irreais e descontextualizadas.
“O conteúdo veiculado nas postagens realizadas pelo representado, em 23/10/2022, se descolam da realidade, por meio de inverdades e suposições, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente, a crer que Roberto Jefferson seria o coordenador de campanha de Jair Messias Bolsonaro e que o candidato teria manifestado apoio aos atos criminosos cometidos na data de hoje”, escreveu o ministro.
Assista ao momento da saída de Janones da entrevista no vídeo abaixo:
Redação: pbaqui.com.br