O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, formalizou neste sábado a formação de um bloco com os partidos PP e Republicanos para apoiar a candidatura do senador Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do senado.
— Vamos unir os três partidos, PP, Republicanos e PL — afirmou Valdemar.
Participaram da formalização do anúncio o ex-ministro da Casa Civil na gestão Bolsonaro, senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP; o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto; a futura líder do PP, Tereza Cristina, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e o candidato à presidência do Senado, senador Rogério Marinho.
Estiveram presentes também o ex-ministro do meio Ambiente Ricardo Salles, a senadora eleita e ex-ministra Damares Alves, o líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes, e o ex-ministro da Saúde e deputado federal eleito general Eduardo Pazuello.
O PL abriu mão de indicar um nome à vice-presidência da Câmara e cedeu a cadeira ao Republicanos em troca do apoio à candidatura de Marinho à presidência do Senado. A cadeira cabia à legenda de Bolsonaro, que tem a maior bancada da Casa. Agora, ela deverá ser ocupada pelo presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira.
O senador e candidato à presidência do Senado, Rogério Marinho, afirmou em seu discurso durante o evento que é “evidente” que há um desequilíbrio na democracia do país, em referência aos ataques do 8 de janeiro.
— Estamos vivendo no Brasil uma transição entre dois governos que poderia ter ares de normalidade, mas pelos acontecimentos que todos nós assistimos não é isso que acontece. Eu tenho enorme preocupação quando nós assistimos agressões feitas à democracia e ao estado de direito em nome da democracia. E quando isso acontece, e é banalizado, normalizado, evidente que há um desequilíbrio no estado de direito do nosso país. A nossa candidatura é da instituição, do Senado, pretende resgatar altivez, a importância, a pertinência dessa casa tão decisiva dos destinos políticos do nosso país
O senador afirmou que não julgaria o presidente Rodrigo Pacheco sobre as invasões no Congresso Nacional, mas que é “lógico que houve falha na segurança”.
— Não vou julgar o Rodrigo. Não sei o que aconteceu lá. Mas é lógico que houve falha na segurança. A CPI pode ser o instrumento para investigar quem foi o culpado. Agora o governo diz que não é necessário uma CPI. Não temos o que esconder. Queremos a punição de quem se envolveu
Marinho sinalizou ainda que conversa com diversos senadores em prol da sua candidatura, mas descartou um diálogo entre PL e MDB.
— Estamos conversando com vários senadores de outros partidos. MDB aderiu formalmente ao governo, então não temos conversa entre PL e MDB. Mas estamos conversando com vários senadoresMarcos Pereira, presidente do Republicanos, afirmou, por sua vez, que a eleição à presidência do Senado, não é um “terceiro turno” das eleições presidenciais.
Questionado sobre a postura que adotaria em caso de pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador afirmou que o impeachment “consta da constituição” e que pretende fazer um “diálogo institucional”.
— Olha, o que tá faltando no Senado é a capacidade de diálogo institucional defendendo as prerrogativas dos senadores, mas sobretudo da sociedade. Primeiro passo é o diálogo. O impeachment consta na constituição. Não pretendemos sentar e estabelecer esse processo de vendetta. Pretendemos fazer o diálogo institucional.
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, afirmou que espera que novos partidos integrem o bloco para que haja a maioria necessária. Afirmou, ainda, que a formação do blocão é para ser “a favor do Brasil”.
— Tenho certeza que vem não para ser contra a ninguém, mas pra ser a favor do senado, do Brasil e os cidadãos de bem do nosso pais. O intuito desse bloco é fortalecer e dar esperança a esse país — afirmou Ciro Nogueira, completando — Fico muito feliz com a formalização desse bloco, com o nível de senadores que estarão nesse bloco. Acho que outros partidos podem integrar esse bloco para que a gente possa ter a maioria necessária
Ao defender a candidatura do senador Rogério Marinho à presidência do Senado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmou que é preciso pacificar o país e que “quem esteve na cadeira” da presidência do Senado não soube fazer.
— Rogério Marinho é o homem correto para a pacificação sim desse país, que passa por um Senado independente. Quem esteve na cadeira do Senado não fez essa pacificação.
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, afirmou, por sua vez, que a eleição à presidência do Senado, não é um “terceiro turno” das eleições presidenciais.
— Esta união que se consolida hoje do PL, do PP e do Republicanos para o apoio a eleição do meu amigo, também meu irmão Rogério Marinho, não é um terceiro turno como alguns tem dito. Não é o terceiro turno. Porque a eleição para presidente e para governadores acabou.
O acordo para colocar o presidente do Republicanos na vice aconteceu na última quarta-feira, quando o presidente do PL se reuniu com Pereira e a senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) para fortalecer o bloco de Marinho. O senador do PL conseguiu um impulso na reta final da disputa contra o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Juntando os três partidos que o apoiaram formalmente, Marinho tem um bloco de 23 de senadores. Além disso, ele mira apoios de parte do União Brasil e MDB, que devem apoiar Pacheco formalmente.
O Globo
Redação: pbaqui.com.br