A Justiça já havia alertado a Prefeitura de Cabedelo para o risco de interdição ao aplicar multa de R$ 50 mil pelo fato da gestão não ter empossado médica aprovado em concurso.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente o trabalho dos médicos que atuam no setor de obstetrícia do Hospital e Maternidade Padre Alfredo Barbosa, em Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa. Isso porque o Departamento de Fiscalização do CRM-PB constatou uma quantidade insuficiente de médicos. De acordo com o CRM-PB, há plantões com apenas um médico e alguns sem nenhum médico, principalmente nos finais de semana. Os demais serviços do hospital continuam funcionando normalmente.
A Justiça já havia alertado a Prefeitura de Cabedelo para o risco de interdição ao aplicar multa de R$ 50 mil pelo fato da gestão não ter empossado médica aprovado em concurso.
“Para assegurar à autora o imediato exercício do seu cargo de Médica Ginecologista e obstetra, no Hospital e Maternidade do Município de Cabedelo, bem como para garantir o efetivo funcionamento do referido Hospital, que corre o risco de interdição, diante do ato improbo do promovido”, disse a juíza Flávia da Costa Lins Cavalcanti ao proferir decisão favorável à médica Layla Serrano, que busca ser nomeada para trabalhar no hospital e maternidade municipal.
No início da semana passada, o CRM-PB esteve no hospital, constatou o problema no setor de obstetrícia e deu prazo de cinco dias para que fosse resolvido. No dia 9 de novembro, a diretoria técnica do hospital apresentou nova escala completa, com o preenchimento do número de profissionais necessários para o atendimento à população.
No entanto, em visita ao Hospital e Maternidade Padre Alfredo Barbosa, nesta quinta-feira (16), a equipe de fiscalização do CRM-PB constatou que a escala apresentada anteriormente não estava sendo cumprida. Havia um déficit de profissionais na maternidade. Nos demais setores e serviços, não foram constatadas irregularidades, portanto, os serviços continuam sendo prestados.
“Não podemos colocar em risco a população, sobretudo as gestantes que procuram o hospital, nem o médico pode ficar sozinho para atender emergências, o que compromete seu trabalho. Desta forma, não houve outra alternativa e tivemos que promover a interdição ética do trabalho médico”, explicou o presidente do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza. Ele acrescentou que, assim que o problema for resolvido, o setor será desinterditado eticamente.
Redação: pbaqui.com.br