Após gastar R$ 144 mil com poltronas de luxo, Câmara Municipal de Sousa torra mais de R$ 88 mil em locação de veículo

O custo mensal do aluguel do SUV é de R$ 7.446,10, e inclui ainda a contratação de motorista.

Após anunciar uma licitação, que prevê o gasto exorbitante de R$ 143.835,00 na compra de poltronas executivas de alto padrão de luxo, sem considerar os desafios enfrentados pelos cidadãos sousense, que carecem de investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, a Câmara de Sousa firmou um contrato de locação de um veículo SUV no valor total de R$ 88.153,20.

De acordo com o contrato, que tem validade de 12 meses e foi assinado em março de 2025 pela presidente da Casa, vereadora Amanda Silveira (PSB), está gerando grande repercussão na cidade. A empresa vencedora da licitação, a AP Construções e Eletroeletrônicos LTDA, foi a responsável por oferecer o serviço de transporte, mesmo tendo como atividade principal a construção de edifícios.

O custo mensal do aluguel do veículo SUV é de R$ 7.446,10, e inclui ainda a contratação ate de um motorista. O processo licitatório (nº 00004/2025), realizado em 21 de fevereiro de 2025. De acordo com dados do Sagres/TCE-PB, entre abril e agosto deste ano, já foram pagos R$ 37.230,05 à empresa referente ao aluguel do veículo.

O modelo do carro escolhido atende a especificações que parecem desproporcionais às necessidades de um simples deslocamento oficial. Exigências como motor turbo flex de mais de 180 cv, tanque de no mínimo 55 litros e itens como ar-condicionado, piloto automático, airbags e faróis de LED revelam uma preocupação com o luxo que parece estar aquém das prioridades do município.

Segundo a Câmara de Sousa, a locação do veículo SUV visa proporcionar “agilidade e segurança no cumprimento das funções institucionais”, além de evitar custos com manutenção, reparos e seguros de uma frota própria. A justificativa também aponta para a renovação periódica da frota como uma forma de garantir “maior previsibilidade orçamentária”. Contudo, a grande questão que surge é se tais investimentos são realmente compatíveis com a situação da cidade, onde serviços básicos continuam deficitários.

A empresa contratada, com sede em Sousa, tem como capital social R$ 200 mil, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a capacidade de atender a um contrato de tamanha magnitude, especialmente em um setor — o transporte — que não é o seu foco principal.

Redação: pbaqui.com.br

Com: Debate Paraíba

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