O gesto mexeu no tabuleiro político, redistribuiu forças no campo governista e elevou ainda mais a temperatura pré-eleitoral.
A sucessão estadual de 2026 ganhou novos contornos neste sábado (15) após o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), comentar a decisão do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos), de deixar a disputa para apoiar o vice-governador Lucas Ribeiro (PP). O gesto mexeu no tabuleiro político, redistribuiu forças no campo governista e elevou ainda mais a temperatura pré-eleitoral.
Cícero, porém, tratou de minimizar o impacto da movimentação e reafirmou sua posição na corrida ao Governo da Paraíba. “Não muda nada. A minha caminhada é com Deus e com o povo da Paraíba. Trago experiência, trabalho e compromisso em mudar a vida das pessoas para melhor”, afirmou o prefeito durante entrevista ao Instagram do comunicador Emerson Machado.
Cícero se filia oficialmente ao MDB na próxima segunda-feira (17), às 15h, na casa de recepções Maison Blu’nelle, no bairro Pedro Gondim, em João Pessoa. O evento reunirá autoridades estaduais, prefeitos, parlamentares e lideranças nacionais da legenda, incluindo o presidente do partido, o deputado federal por São Paulo, Baleia Rossi, em um gesto claro de que a sigla pretende colocar Cícero no centro do projeto político de 2026.
O prefeito tratou o retorno ao MDB como um movimento estratégico e simbólico: “Tenho recebido solidariedade de toda a Paraíba. É um momento importante, de retorno ao partido onde comecei minha vida política. Volto com o compromisso de debater o estado, ouvir a população e construir um projeto sólido para o futuro”, disse.
A retirada de Galdino, que agora declara apoio a Lucas Ribeiro, levou parte do Republicanos a reorganizar suas articulações. Mesmo assim, Cícero sustentou que sua rota não se altera. “Eu agradeço a todos que acreditam que sou a melhor opção para a Paraíba. Respeito qualquer posição. Quem julga é Deus e o povo”, afirmou, evitando confrontos.
Pedro Cunha Lima, oposição e tempo político
Indagado sobre aguardar a definição do presidente do PSD na Paraíba e ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, Cícero adotou postura que mistura prudência e confiança: “O processo democrático é feito de etapas e debates. Não há data. Estamos a menos de um ano da eleição, e seguiremos conversando e discutindo o estado”, declarou.
Cícero foi cauteloso sobre apoios de deputados ligados a Galdino: “Não posso afirmar nada. Estou aberto ao diálogo. Quem tiver compromisso verdadeiro com a Paraíba será bem-vindo”, explicou.
E reforçou que sua filiação, na segunda-feira, não será palco de anúncios de adesões: “O evento é para o meu retorno ao MDB. A chapa tem Veneziano para o Senado, e teremos outra vaga de senador e a de vice. Presidente da República é Lula”, afirmou.
Cícero confirmou que seguirá aliado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Tenho compromisso com Lula. As obras e ações sociais que realizei em João Pessoa foram alinhadas com o governo federal. Continuarei nesse caminho”, disse.
Segunda vaga ao Senado e possível diálogo com Efraim Filho
Sobre a segunda vaga ao Senado, Cícero manteve o mistério: “O tempo vai dizer”, pontuou.
Já sobre chamar o senador Efraim Filho (União Brasil) para unir a oposição, ele deixou a porta aberta: “Todos que têm compromisso verdadeiro com o futuro da Paraíba serão bem-vindos”, concluiu.
Redação: PBAQUI