A Operação ‘Hope’ foi realizada pela Polícia Civil em parceria com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, na manhã desta quarta-feira (23).
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A Operação ‘Hope’, deflagrada na manhã desta quarta-feira (23), desarticulou uma facção criminosa que movimentou mais de R$ 50 milhões em quase dois anos na Paraíba, como revelou o delegado-geral da Polícia Civil, André Rabelo.
A informação foi revelada em entrevista concedida ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM.
O delegado explicou que foram presos 22 criminosos. Apenas neste inquérito, foi apurado que a organização movimentou também cerca de R$ 8 milhões.
“Com base nas investigações, identificamos esse grupo e conseguimos cumprir 70 mandados, sendo 45 de busca e 25 de prisão, e 22 efetivamente cumpridos e tirados de circulação, monitorando mais de R$ 8 milhões de reais somente dentro deste inquérito policial. Já temos dados que essa organização, nos últimos dois anos a um ano e meio, movimentou mais de R$ 50 milhões de reais. Conseguimos identificar uma parte que não conhecíamos, que é justamente quem faz a gerência e controle do financeiro dessa organização que pratica homicídios, trafica e estamos no combate na Região Metropolitana de João Pessoa e algumas outras cidades do estado”, explicou o delegado-geral.
De acordo com André Rabelo, todo o dinheiro da quadrilha era movimentado por atuantes diretos do crime e pessoas laranjas, que utilizavam o valor para compras e vendas ilegais.
“O dinheiro estava sendo movimentado através dessas contas e desses laranjas, assim como outros que nem são laranjas, são atuantes diretamente do crime e recebem, compram, vendem. Percebemos a movimentação com a aquisição de veículos e imóveis. Não há empresas, são pessoas físicas”, detalhou André Rabelo.
Segundo o delegado-geral a PC, os laranjas eram os integrantes da quadrilha e seus próprios familiares. Seis mulheres estão entre os 22 presos.
“Nesse caso específico, são familiares e membros dos próprios envolvidos diretamente no caso. Tem uma ligação, dos 22 presos, alguns com ficha limpa e outros não, sendo reincidentes. Conduzimos seis mulheres, sendo duas com passagem por tráfico de entorpecentes e outra apenas cedendo conta e compactuando com a vida criminosa. O dinheiro entra e sai fracionado. Em alguns casos, apenas cedem a conta e vê que estão envolvidos, já outros sabem que é da vida criminosa”, destacou o delegado-geral da PC.
Também segundo André Rabelo, “essa operação é o fruto desse trabalho ao longo dos anos e dessas mesmas quadrilhas, ou dessa mesma quadrilha ou facção, que está matando, vendendo entorpecentes, traficando armas e tirando a vida de muitas pessoas no nosso estado”, detalhou André Rabelo.
Sobre a operação
A Operação ‘Hope’ foi realizada pela Polícia Civil em parceria com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Conforme a Polícia Civil, o objetivo é combater a maior organização criminosa (ORCRIM) do território paraibano e é oriunda de trabalhos investigativos que se iniciaram em 2024. Foram cumpridos 70 mandados judiciais, destes 25 de prisão preventiva, nas cidades de João Pessoa, Santa Rita, Conde, Campina Grande e Remígio, além de mandados em três presídios no estado.
A investigação teve seu ápice em janeiro de 2025, quando houve a prisão de uma das lideranças da referida ORCRIM, que se escondia na zona rural de Campina Grande, Agreste do estado.
Desta prisão foi possível identificar toda a rede logística/operacional do referido criminoso, assim como identificar sua forte atividade no tráfico de drogas, comércio de armas de fogo e munições, além dos crimes de homicídios e lavagem de capitais.
No total, estão sendo empregados cerca de 200 agentes de segurança, entre policiais civis, membros do GAECO, Policias Penais e Bombeiros. O nome ‘Hope’ vem de ‘esperança’, em alusão ao Residencial Boa Esperança, popularmente conhecido como ‘Gadanhe’, no bairro Padre Zé em João Pessoa.
Entre as delegacias da Polícia Civil envolvidas na operação estão a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a Delegacia Especializada de Combate à Circulação e Comercialização Ilegal de Arma de Fogo, Munições e Explosivos (Desarme) e a Unintepol.
Redação: pbaqui.com.br