Juro alto encarece crédito e faz endividamento cair pela 1ª vez desde 2020; inadimplência sobe

O número de famílias endividadas registrou em janeiro sua primeira queda após 13 meses de alta, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A queda, no entanto, veio na esteira da alta dos juros, que encareceu o crédito e fez os consumidores evitarem tomar empréstimos

LEIA TAMBÉM:

  • Alta dos juros faz 3 milhões de famílias perderem acesso ao financiamento imobiliário
  • Copom eleva Selic para 10,75%; juro básico da economia volta a dois dígitos após quatro anos
  • Selic a 10,75%: como fica o rendimento da poupança e outros investimentos

De acordo com a pesquisa, 76,1% das famílias relataram estar endividadas neste começo de ano – em dezembro, eram 76,3%, patamar recorde do levantamento da CNC. O percentual segue bem acima do registrado um ano antes, de 66,5%.

“O endividamento segue em patamar elevado, e essa redução [do próprio endividamento] é reflexo de um cenário desfavorável, em que o encarecimento do crédito pelos juros mais altos afeta a dinâmica de contratação de dívidas dos consumidores”, apontou em nota o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Com a alta dos juros, aumentou também o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso: de 26,2% para 26,4% na passagem de dezembro para janeiro – o maior nível desde agosto de 2020 e a maior proporção para meses de janeiro observada na série histórica da pesqusia.

Houve também alta entre os que dizem que não terão condições de pagar as dívidas: de 10% para 10,1% no primeiro mês de 2022.

Endividamento cai entre mais pobres, e sobe entre mais ricos

Na avaliação por faixas de renda, a CNC apontou que o endividamento caiu entre as famílias com renda mais baixa, enquanto se moveu na direção contrária entre os que ganham mais.

Entre as famílias com ganhos até dez salários mínimos, o percentual de endividados recuou de 77,7% em dezembro para 77,4%. Já entre os que ganham acima desse patamar, a taxa passou de 70,9% para 71,2%.

Em nota, a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, atribui esse crescimento ao avanço na vacinação e à menor letalidade da variante Ômicron: “com a maior flexibilização, as famílias no grupo de renda mais elevada têm revertido suas poupanças, ampliadas durante a pandemia, para o consumo, especialmente de serviços”.

Fonte: Por g1

Deixe uma resposta