O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi arrolado como testemunha em um processo que envolve a disputa por uma mansão de R$ 10 milhões, localizada na paradisíaca Ilha Comprida, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, informa Guilherme Amado, do Metrópoles. A casa tem 11 suítes, praia privativa, cachoeira, piscina, quadra de tênis e heliponto, entre outros luxos.
O imóvel foi vendido em 2020 para a Sport 70, empresa do jogador da Seleção Brasileira Richarlison e de seu empresário. Em maio de 2022, porém, a Justiça, em decisão liminar, transferiu a posse do imóvel ao advogado Willer Tomaz, amigo de Flávio Bolsonaro. Tomaz entrou na briga pela mansão há dois anos, desde quando Flávio se encantou com o lugar.
“Após tentar em 2021 comprar o imóvel, da mesma pessoa de quem a empresa de Richarlison havia adquirido, Tomaz iniciou uma batalha judicial cheia de episódios dramáticos, incluindo uma senhora de 78 anos que diz ter sido enganada para assinar um documento e a expulsão de uma mulher grávida da casa, durante a noite, pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, em maio deste ano. A coluna teve acesso a todos os documentos do caso, que corre no Tribunal de Justiça do Rio”, relata o jornalista.
Flávio conheceu a mansão no último fim de semana de julho de 2020, quando foi à Angra acompanhado de sua esposa, a dentista Fernanda Bolsonaro, e do então ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a cerimônia de começo das obras do aeroporto da cidade. Convidados pelo ex-senador Wilder Morais (PL-GO) para conhecerem o imóvel, foram recebidos pelo então dono, Antônio Marcos, que já negociava a venda para a empresa de Richarlison. “De volta àquele dia 26 de julho de 2020, após Antônio Marcos, Flávio e os demais passarem o dia entre o mar e a cachoeira, o grupo se encontrou novamente para um jantar na casa de Wilder Morais, e Antônio Marcos contou que aqueles seriam seus últimos meses na mansão da Ilha Comprida, já que o imóvel estava sendo vendido para a empresa de Richarlison. Cinco meses se passaram e, em 1º de janeiro de 2021, Antônio Marcos recebeu um telefonema informando que Flávio estava em frente à casa, e desta vez acompanhado por um amigo, a quem queria mostrar o imóvel. Era Willer Tomaz. Os dois haviam ancorado uma lancha em frente à propriedade, sem terem sido convidados por Antônio Marcos nem por quem, naquele momento, já eram seus donos: Richarlison e seu empresário”, conta a reportagem.
Antônio Marcos barrou a entrada de Flávio e Tomaz no imóvel, explicando que não era mais dono da mansão. “Contei a Willer Tomaz e ao Flávio que já tinha negociado (a casa). Willer dizia ‘Ah, será que ele (o novo dono) não vende? Você não consegue cancelar a venda? Como está o contrato, ele tá te pagando ainda ou pagou tudo?’, e eu dizia que não tinha como, porque o negócio já tinha sido feito”. No mesmo dia, sem a devida autorização, o senador fez imagens aéreas do local e publicou-as em seu Instagram.
Redação: pbaqui.com.br