A informação foi divulgada em primeira mão pelo jornal Folha de São Paulo.
A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União, deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (1º) com o objetivo de investigar supostos desvios de recursos públicos na aquisição de kits de robótica em municípios de Alagoas. A informação foi divulgada em primeira mão pelo jornal Folha de São Paulo.
O diário revelou supostas aquisições assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira, do partido Progressistas (PP) de Alagoas. Lira, que foi um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e teve o respaldo da base do governo Lula para sua reeleição em fevereiro passado, tem influência política na região.
A investigação, que teve início em 2022, apura possíveis fraudes nos contratos, que podem ter causado um prejuízo estimado em R$ 8,1 milhões. Ao todo, estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão temporária.
Os kits de robótica em questão foram adquiridos com recursos provenientes, em grande parte, das bilionárias emendas do relator do Orçamento. À época, durante o governo Bolsonaro, Lira era responsável por controlar em Brasília a distribuição dessas verbas. A empresa Megalic, fornecedora dos kits, funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiúca, em Maceió, com um capital social de apenas R$ 1 milhão. É importante ressaltar que a Megalic é uma intermediária e não produz os kits de robótica.
Os sócios da empresa, Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), possuem uma relação próxima com Arthur Lira. Além da empresa e de Edmundo Catunda, outros aliados de Lira em Alagoas também são alvos da operação da PF.
De acordo com a Polícia Federal, os crimes teriam sido cometidos entre 2019 e 2022 em contratos firmados por 43 municípios alagoanos. A investigação aponta que as contratações teriam sido direcionadas ilicitamente para uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais e da limitação da participação de outros licitantes.
Redação: pbaqui.com.br