Secando e pegando fogo continuamente, a floresta perde cada vez mais a capacidade de resiliência e vira motivo de preocupação para a comunidade científica
Após anos de crescimento nos índices de desmatamento, degradação e queimadas na Amazônia, os cientistas alertam que o bioma pode ser estar perto de um ponto de não retorno. Um estudo escrito por uma coalisão de cientistas e líderes indígenas apontam para o colapso já em 2029.
Os resultados destacam a agropecuária como o principal impulsionador do desmatamento do bioma, já que a quantidade de área florestal dedicada à agricultura aumentou três vezes desde 1985, enquanto o desmatamento da floresta tropical para criar gado já é responsável por quase 2% das emissões anuais de gases de efeito estufa em todo o mundo.
A maior preocupação é com o fogo, que pode comprometer o mecanismo de chuva da floresta, provocando ainda mais seca e propensão para mais queimadas. Em um ciclo vicioso, que pode ser piorado pelas mudanças climáticas e o fenômeno El Niño, a Amazônia pode chegar a um estágio que não seja mais possível manter a cobertura vegetal suficiente para garantir a quantidade de chuva necessária para garantir a manutenção da própria floresta.
De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a “savanização” da Amazônia já estaria acontecendo. Mais de 2 milhões de quilômetros quadrados do bioma estariam muito próximos do ponto de não retorno.
Ainda há esperança?
Apesar de todos os dados alarmantes, os autores do relatório afirmaram que ainda é possível proteger 74% da Amazônia intacta remanescente e restaurar até 6% das áreas degradadas. No entanto, para isso é preciso agir imediatamente.
O relatório recomenda que a área florestal remanescente seja governada em conjunto com as comunidades indígenas locais e que cada país amazônico apresente um plano de ação para atingir a meta de proteger 80% do território até 2025.
Fonte: G1
Redação: pbaqui.com.br